O Sonata Arctica retornou ao Brasil para – nada mais nada menos do que – 10 apresentações. Os finlandeses tocaram em todos os cantos do país. Porto Alegre não ficou de fora dessa longa viagem tupiniquim, que já havia recebido o conjunto em 2002, na “Silence Tour”. A turnê promove os últimos lançamentos da banda: o álbum de inéditas “Pariah’s Child”e a regravação do clássico “Ecliptica” (1999), que completou 15 anos do seu lançamento no ano de 2014, ano de lançamento de ambos os trabalhos.
Por: Guilherme Dias
Fotos por: Liny Oliveira (facebook/photoslinyoliveira)
Os fãs que chegavam no bar Opinião viam que atrás do telão havia um cenário muito elaborado. A bela montagem de palco pôde ser vista próximo das 20 horas, quando o telão foi recolhido para o Sonata Arctica começar o show. Ao som da introdução “Preacher/ Larger Than Life” o primeiro a entrar no palco foi Tommy Portimo (bateria), vestindo uma camiseta do Brasil, sendo muito ovacionado pelos presentes. Henrik Klingenberg (teclado), Elias Viljanen (guitarra), Pasi Kauppinen (baixo) e Tony Kakko (vocal) lotaram o palco e atacaram com “The Wolves Die Young” (faixa de abertura de “Pariah’s Child”). Do álbum “Ecliptica” a primeira no show foi “8th Commandment” que fez os fãs cantarem mais alto do que Tony em alguns momentos (isso devido ao volume das caixas de som, que estiveram baixos durante toda a apresentação).
Com um enorme sorriso no rosto, o vocalista Tony Kakko disse que era muito bom rever os amigos de Porto Alegre e sem muito papo mandaram mais uma pedrada para o público, a clássica “Paid In Full” (Unia, 2007). O público só se acalmou na quarta música do set, com a cadenciada “What Did You Do in the War, Dad?”. A calmaria não durou muito tempo, pois logo em seguida foi a vez das empolgantes “Losing My Insanity” (cover do vencedor do programa de tv “Ídolos” da Finlândia, Ari Koivunen. A música é de autoria de Tony Kakko) e “Black Sheep” (Silence, 2001) que enlouqueceu todos os headbangers, com direito a duelo entre o keytar de Henrik e a guitarra de Elias.
A balada “Letter To Dana” (Ecliptica) permitiu uma mega atuação de Tony Kakko, a sua performance foi um show a parte, dramatizando perfeitamente todas as passagens da canção, fosse sentado no fundo do palco como se estivesse muito chateado ou cantando com muita bravura e emoção na frente da platéia.
Outro destaque foi a presença do tecladista Henrik, esbanjando qualidade. Henrik nao largou o seu keytar em nenhum momento, usando o teclado em poucas passagens de algumas músicas. Em determinados momentos, o papel do tecladista foi mais importante do que as guitarras de Elias Viljanen. Porém o curioso foi o ânimo do “keytarista”, que embora caminhasse pelo palco e se aproximasse dos fãs, se mostrou muito apático, com a face completamente inexpressiva, diferente dos demais integrantes, que esbanjavam simpatia.
As últimas de “Pariah’s Child” presentes nos set foram: “X Marks the Spot” e a balada “Blood”. Em “X Marks the Spot”, uma voz de fundo tocada na trilha (que poderia ter sido falada por algum outro membro) ocasionou mais uma ótima performance do frontman do grupo, que interagia com essa voz.
A partir daí não teve quem não cantasse, gritasse ou pulasse. “Fullmoon” (Ecliptica) teve a letra cantada em uníssono pelos fãs, que capricharam no final, onde a banda deu duas paradinhas no som para o público cantar o “Runaway, runaway” do refrão sozinhos. “UnOpened” (Ecliptica) e “San Sebastian” (“Successor”, 2000) fecharam a principal parte do show com maestria, com todas as vozes da pista em altíssimo som novamente. Antes da banda sair do palco, o baterista Tommy Portimo se dirigiu ao microfone e disse o seu “olá” para Porto Alegre.
Em pouquíssimo tempo o Sonata voltou para o palco. O bis contou com “My Land” e “Replica” (ambas do “Ecliptica”) e antes da derradeira “Don’t Say a Word”, Kakko realizou um discurso de agradecimento a todos que compraram ingressos para o show, seja para si, para os amigos, ou para a família, dizendo que são os responsáveis por manter a música viva. Ao final do último clássico, ainda havia um motivo para o Sonata continuar no palco: a vodka! Foi no clima de festa, pedindo vodka, que o fantástico show de sexta-feira terminou em Porto Alegre. O Sonata gosta do Brasil, e o Brasil gosta do Sonata, então um retorno breve será muito bem-vindo.
Fonte: Resenha – Sonata Arctica (Bar Opinião, Porto Alegre, 06/03/15)
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